Só se abre uma concha
à força matando a ostra,
Deus me livre.
Deus me livre de violar você,
meu amor.
à força matando a ostra,
Deus me livre.
Deus me livre de violar você,
meu amor.
Ela pensa. Dói. Se ao menos pudesse tocar as nuvens, movê-las. A lua está ali logo atrás delas, tão perto. Quer gritar. Só os machos uivam para a lua, por isso têm tanta força na voz. Só os machos caçam, por isso têm tanta coragem e medo. O halo de luz está lá visível através da concha, digo, das nuvens. E estará lá ainda, mesmo que as nuvens se adensem muito, mesmo que a tempestade venha, mesmo que ela não sobreviva. Sobreviverá, é certo. Falta pouco para amanhecer.
Amanhecendo a lua aparece
do outro lado do mundo.
As nuvens não vão junto.
Felizes aquelas que estão lá.
Podem tentar, ao menos.
do outro lado do mundo.
As nuvens não vão junto.
Felizes aquelas que estão lá.
Podem tentar, ao menos.
Quando o sol chegar ele também estará oculto, e fará frio. Ela não morrerá de frio. Ficará quietinha e esperará. De noite tem a lua de novo. Talvez com menos nuvens agora.
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