domingo, julho 29, 2001

Está bem, eu fico só. Escuro e silêncio, está bem. Sem olhares que me não vejam, sem toque. Sem choque. Fico só, presa fácil do deus-monstro-solidão, tolo e voraz. Monstro grande de boca ávida de oferendas da Alma e da calma que perco e já quase não tenho. Está bem. Fico só em mim, só Alma, só mente. Somente peço, imploro e morro pelo dizer. Dizer de mim, de sonhos, e tantos, e tão grandes que não os posso ver inteiros. Então nego, mas vivem. Sonhos iguais, comuns, mas tão meus. Dizem que os sei contar, não sei se sei. Sei? Olha pra mim, assim em chamas. Olha isso de mim que assusta. Diz que posso, e vou. Fico só. Encolho e espero enquanto preciso e preciso que seja breve. Depois é depois.
Depois de tudo será a calma. Silêncio de céu limpo e escuro. Só no escuro ficam visíveis as verdades de dentro. Só-no-escuro-as-verdades-ficam-visíveis-de-dentro. Só no escuro há verdades visíveis, de dentro, fic... ah, contrastes! Contra-escuro de ser e ser. Um limpo novo e imóvel de tempestade que passou, e a calma.Só depois as certezas. De mistérios, de não saberes. Serena ignorância, humanidade. Vencer o humano é vencer o querer.
Talvez se deva só o que não se quer. O de que fujo é então o que preciso? Está bem, eu fico. Está aqui. Está o que sempre esteve, e foi, e fui. Só.

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