sexta-feira, fevereiro 16, 2001

Não sei se é assim com todos os que amam as palavras, com todos que escrevem como quem come chocolate (Conheci outro dia uma moça que não gosta de chocolate. Tem cabimento?). Mas eu gosto muito de ouvir a opinião das pessoas a respeito do que escrevo. É claro que me derreto totalmente quando recebo elogios, e é claro também que os amigos acabam formulando mais elogios do que críticas. Mas gosto das críticas também.

Por conta disso - e, obviamente, do irresistível impulso exibicionista que toda forma de arte confere aos que a abraçam - publico trechos de meus escritos em todo e qualquer veículo que se me apresente. Assim, há alguns dias tive um trecho de meu escrito mais acalentado (Ihhh, lá vem a Zel de novo com 'CHAT ROOM - O Livro'!!!) veiculado em uma publicação virtual, que circula entre um grupo de amigos. Fiquei feliz e surpresa (mais feliz do que surpresa, felizmente) com os comentários que me foram feitos.

'CHAT ROOM' é uma narrativa feita na primeira pessoa. E a narradora, como vivo recontando, chama-se Zel. Mas apesar disso não é uma história real. Mas ainda assim, fico feliz quando alguém, depois de conhecer um trecho dele, vem fazer perguntas sobre os personagens ou a estória como se fossem reais. É como se eu tivesse conseguido o efeito que eu pretendia.

Algumas vezes fui consolada por problemas enfrentados pela Zel-personagem, recebi conselhos, ouvi críticas a este ou aquele personagem. E fico pensando em como tenho sorte por poder receber tanta atenção de gente tão especial (claro q só tenho amigos muitíssimo especiais, né?) sobre uma obra que ainda nem foi publicada. Este é um dos maiores presentes que esse mundinho virtual já me deu.

Conversava com um amigo (um destes muitíssimo especiais) a respeito do 'tempero' que se pode usar, perceber, acrescentar, saborear num texto, e fiquei pensando sobre o assunto. Escrevo com tamanho prazer que cada palavra, cada expressão que uso, é como aquele toque de sabor que é segredo irrevelável de qualquer boa cozinheira (perdoem-me os gourmets, sou caipira, viu?). Só que quem escreve é alma escancarada, não tem segredos que fiquem guardados muito tempo. No máximo se revelam cifrados, ininteligíveis, mas estão ali, no texto, sempre.

Lembrando da moça temperando a comida em "Como água para chocolate"...aiai...

Segredos e chocolates à parte, sigo aqui, escrevendo compulsivamente e alugando amigos desavergonhadamente para que me leiam e me ensinem a escrever para ser lida. Por isso é que logo abaixo destas palavrinhas, aparece o meu e-mail. Quer palpitar? ;o)

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