domingo, maio 27, 2001

Desenhar o cheiro daquela flor amarela lá fora. Sair na chuva de boca e braços abertos. Rir de dois problemas, talvez três. Fechar os olhos ao sol forte, pálpebras relaxadas em cortina vermelha. Investigar o paradeiro da formiga com a folhinha, de qualquer coisa muito leve levada pelo vento ou da ponta do arco-íris. Deixar o vento embaraçar os cabelos. Ouvir o barulho do mar na concha, e acreditar. Brincar de 'bem-me-quer, mal-me-quer', e acreditar só no bem-me-quer. Levar pra casa a areia do mar na pele e as flores nos olhos. Embriagar-se de água de coco e riso. Beijar como quem bebe, abraçar como quem dorme. Entregar-se. Render-se a si mesmo. Assistir reverentemente ao balé das nuvens. Caçar grilos entre as folhas de grama. Chorar sem pena, gargalhar sem censura. Ver com as mãos e os olhos. Entender com a alma. Querer sem porquê.

Sem comentários: