terça-feira, junho 25, 2002

A menina procurava a palavra.
Era para dar de presente.
Uma palavrinha só, simples.
Que contasse a menina...
...como ela não sabia que era.
A menina não a achava entre as suas.
Umas sumiram, outras envelheceram.
Estranho menina de palavras velhas.
A menina queria a palavra.
Uma que tivesse muita verdade.
Mas a verdade dói tanto.
Então ela esperou muda.
(pausa para o silêncio da menina)
Desejou a palavra transparente.
Lisinha assim polida e sonora.
Difícil polir com mãos trêmulas.
Elas saíam cortantes, algumas.
'Se eu conseguir, meu amor,
Te faço uma palavra nova,
De tão nova que você me faz.'

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