terça-feira, maio 28, 2002

Olha o vento, olha... que medo! Não por causa da tempestade, os raios até que são bonitos. Luz e ímpeto, e pouco tempo pra pensar. O vento não, é lento mesmo quando em fúria porque nele a gente vai, vai, e luta ou se rende, mas vai. E não sabe pra onde. Você também tem medo? É medonho mesmo esse tal de não saber pra onde, não ter âncora. Talvez o 'pra onde' seja bom. Quando eu era deste tamaninho imaginava que todos os lugares, paisagens nos quadros nas paredes, eram de verdade, e eu queria atravessar as tintas e chegar neles. Uma cabana tosca à beira de um lago brilhante, eu achava que ali era o lugar mais feliz do mundo. Mas quem é que sabe, se nunca foi lá? Tentar? Nossa, dá até um frio na barriga... Talvez seja ruim, feito uma caverna. Como dentro da gente às vezes, que a gente até tem medo de olhar pra dentro. Olha o vento, olha... tão fresco, tão livre. E se talvez eu soltasse só um pouquinho, se eu voar só um pouquinho... você segura a minha mão?

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